Maio - Muitas raças tradicionais de animais de
fazenda, como vacas, ovelhas e cabras, têm caído em desuso, muitas vezes porque
produzem menos carne ou leite do que novas raças, prejudicando a biodiversidade
do planeta, alerta Zakri Abdul Hamid, diretor do novo painel da ONU
(Organização das Nações Unidas) sobre a biodiversidade. Segundo estimativas de
2012, 22% das raças de rebanhos de gado do mundo estão em risco de extinção Leia mais Nir Elias/Reuters
Declínio na diversidade de plantas
cultivadas e em rebanhos de gado ganha ritmo, ameaçando o futuro abastecimento
de alimentos para a crescente população do mundo, disse o diretor do novo
painel das Nações Unidas sobre a biodiversidade nesta segunda-feira (27).
Preservar espécies de animais e
plantas negligenciadas é necessário, já que elas poderiam ter genes resistentes
a doenças futuras ou a mudanças no clima para temperaturas mais quentes, secas
mais severas ou chuvas mais fortes, disse Zakri Abdul Hamid.
"A perda da biodiversidade está
acontecendo mais rápido e em todos os lugares, até mesmo entre os animais de
fazenda", disse Zakri em uma conferência com 450 especialistas em
Trondheim, na região central da Noruega, em seu primeiro discurso como presidente
fundador do Painel de Biodiversidade da ONU (Organização das Nações Unidas).
Muitas raças tradicionais de vacas,
ovelhas ou cabras têm caído em desuso, muitas vezes porque produzem menos carne
ou leite do que novas raças. A globalização significa também que as
preferências alimentares das pessoas se estreitam a menos plantas.
Zakri afirmou que havia 30 mil
plantas comestíveis, mas que apenas 30 culturas representavam 95% da energia na
alimentação humana, que é dominada por arroz, trigo, milho, painço e sorgo.
Ele disse que era "mais
importante do que nunca ter um grande reservatório genético para permitir que
os organismos resistam e se adaptem a novas condições". Isso ajudaria a
garantir alimento para uma população mundial que deve atingir 9 bilhões até 2050,
ante 7 bilhões agora.
Zakri observou que a FAO, a
Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas, estimou no ano
passado que 22% das raças de gado do mundo estão em risco de extinção. Isso
significa que há menos de mil animais de cada raça.
As extinções de alguns animais
domesticados e plantas acontece em conjunto com a aceleração da perda de
espécies selvagens causadas por fatores como o desmatamento, a expansão das
cidades, a poluição e a mudança climática, disse ele.
Irene Hoffmann, chefe da divisão de
recursos genéticos animais da FAO, disse que 8% das raças de gado já estão
extintas.
Muitos países começaram programas de
criação para espécies raras de gado, de lhamas a porcos. Alguns congelaram
embriões ou mesmo células-tronco que poderiam ser utilizados em clonagens,
disse ela.
FONTE: UOL NOTÍCIAS
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